Wednesday, December 09, 2009
Monday, December 07, 2009
Pontapé no Marcelo
A falta de carácter de Sócrates
Ferreira Fernandes
Agora, é o carácter. Os enólogos verificam a cor de Sócrates, rodam o copo, soltam o aroma, levam um gole à boca e, é fatal, decretam: "Falta-lhe carácter." Ontem, foi também Marcelo Rebelo de Sousa a apreciar o Sócrates: "Um problema de fundo de carácter." Podia ter falado dos taninos e do aroma almiscarado e a framboesas, mas não, falou do carácter. Lembrei-me logo do vinho Les Bateaux. Isso por causa de uma história que eu cá sei do tal Sócrates. Foi contada por um director de jornal: Sócrates telefonou-lhe, pedindo anonimato, para lhe falar de um jantar em que estivera com o Presidente da República. Só essa inconfidência bastava para marcar o carácter de Sócrates. Mas há mais: o jantar não existiu, fora adiado. E, mais ainda, contou esse director de jornal - está bem, eu digo tudo: falo de Paulo Portas, então director de O Independente, que contou esta história num programa de televisão -, Portas, pois, contou que Sócrates, para fazer mais verosímil a sua história de jantar, até disse que sopa se comeu! Pode, assim, o leitor aquilatar o carácter de Sócrates... Mas aquele Les Bateaux veio a propósito de quê? Eu digo: é um syrah de Carcassone, o vinho apropriado para uma vichyssoise - mas isto é uma conversa para gente com classe e carácter. Como Marcelo.
Ferreira Fernandes
2009-12-07
Ferreira Fernandes
Agora, é o carácter. Os enólogos verificam a cor de Sócrates, rodam o copo, soltam o aroma, levam um gole à boca e, é fatal, decretam: "Falta-lhe carácter." Ontem, foi também Marcelo Rebelo de Sousa a apreciar o Sócrates: "Um problema de fundo de carácter." Podia ter falado dos taninos e do aroma almiscarado e a framboesas, mas não, falou do carácter. Lembrei-me logo do vinho Les Bateaux. Isso por causa de uma história que eu cá sei do tal Sócrates. Foi contada por um director de jornal: Sócrates telefonou-lhe, pedindo anonimato, para lhe falar de um jantar em que estivera com o Presidente da República. Só essa inconfidência bastava para marcar o carácter de Sócrates. Mas há mais: o jantar não existiu, fora adiado. E, mais ainda, contou esse director de jornal - está bem, eu digo tudo: falo de Paulo Portas, então director de O Independente, que contou esta história num programa de televisão -, Portas, pois, contou que Sócrates, para fazer mais verosímil a sua história de jantar, até disse que sopa se comeu! Pode, assim, o leitor aquilatar o carácter de Sócrates... Mas aquele Les Bateaux veio a propósito de quê? Eu digo: é um syrah de Carcassone, o vinho apropriado para uma vichyssoise - mas isto é uma conversa para gente com classe e carácter. Como Marcelo.
Ferreira Fernandes
2009-12-07
Friday, November 20, 2009
Outra piada sportinguista
Paulo Bento pode vir a ser envolvido no caso Face Oculta? Nos últimos quatro anos deixou que entrasse muita sucata em Alvalade, como se fosse material valioso!
Tuesday, November 17, 2009
Friday, October 30, 2009
Piada estúpida
(de um sportinguista - o Gonçalves)
No próximo Sporting-Benfica, em Alvalade, o Sporting vai optar pela falta de comparência. Assim ser-lhe-á averbada uma derrota por 3-0 (apenas!).
No próximo Sporting-Benfica, em Alvalade, o Sporting vai optar pela falta de comparência. Assim ser-lhe-á averbada uma derrota por 3-0 (apenas!).
Tuesday, October 27, 2009
Wednesday, October 07, 2009
À data de hoje
Vós, de outras cores, esverdeados, azulados, etc., alguma vez fosteis o melhor ataque do mundo? Ein?
Monday, August 31, 2009
Thursday, August 13, 2009
Desta é que é
O Benfica está na maior. Na pré época já lá vão mais de não sei quantos títulos. O Sporting até já treme. O Porto nem por isso. Agora só falta começar o campeonato e ver o que é que dá.
Tuesday, May 19, 2009
Uma coisa em forma de assim-assim
Protesta mas só um bocadinho
por Ferreira Fernandes 16 Maio 2009
Há muito que eu topava a manobra. Manuel Alegre fazia-se de crítico, iludia os que estavam à esquerda do PS, deixava a direita aplaudir e, no momento de decidir, o costume: alinhava com a direcção do partido! A brilhante manobra desarmava os da esquerda ao PS e desarmava a direita. O balanço era óptimo para a direcção do PS (que se mostrava unificadora) e para Alegre (que se mostrava capaz de reforçar o partido)... O quê, não foi assim?... Eu sabia, há muito que sabia. Manuel Alegre criticava a direcção do seu partido em nome dos ideais, avisava que só se movia pelos ideais e, no momento de decidir, fazia mesmo o que disse, pelos ideais! O cortar a direito desarmava o oportunismo da direcção do PS e desarmava os que, à esquerda e à direita, se encostaram ao prestígio de Alegre... Desculpem, fazem-me sinais... Ah, também não foi assim... Eu sabia, agora a sério, eu sabia. Alegre não sai do PS mas não se candidata; não entra nas listas mas os seus entram. Uma decisão em forma de assim-assim. Pois, se aconteceu em Portugal, país das pegas de cernelha...
por Ferreira Fernandes 16 Maio 2009
Há muito que eu topava a manobra. Manuel Alegre fazia-se de crítico, iludia os que estavam à esquerda do PS, deixava a direita aplaudir e, no momento de decidir, o costume: alinhava com a direcção do partido! A brilhante manobra desarmava os da esquerda ao PS e desarmava a direita. O balanço era óptimo para a direcção do PS (que se mostrava unificadora) e para Alegre (que se mostrava capaz de reforçar o partido)... O quê, não foi assim?... Eu sabia, há muito que sabia. Manuel Alegre criticava a direcção do seu partido em nome dos ideais, avisava que só se movia pelos ideais e, no momento de decidir, fazia mesmo o que disse, pelos ideais! O cortar a direito desarmava o oportunismo da direcção do PS e desarmava os que, à esquerda e à direita, se encostaram ao prestígio de Alegre... Desculpem, fazem-me sinais... Ah, também não foi assim... Eu sabia, agora a sério, eu sabia. Alegre não sai do PS mas não se candidata; não entra nas listas mas os seus entram. Uma decisão em forma de assim-assim. Pois, se aconteceu em Portugal, país das pegas de cernelha...
Tuesday, April 21, 2009
Ai vai lá vai...
Com xutos e pontapés isto vai lá
Três livros franceses, por especialistas (um académico, um banqueiro e um alto funcionário na Córsega): sobre a Academia Francesa, traficâncias nos bancos e a máfia corsa - e todos os autores são anónimos. Eis uma tendência muito na moda, e não só em França. É como se um qualquer equilibrador universal, ao dar-se conta como é tão mais fácil hoje as pessoas terem a palavra (Internet, talk-shows e, nos estádios, cartazes "Mãe, estou aqui"), compensasse essa verborreia com um pouco de mistério. Por exemplo, aquele magistrado que fornece vídeos às mijinhas permanece na sombra. E, à custa dessa timidez, lá aparecem muitos bitaiteiros assanhados. O anonimato e o bitaitar gostam de pedalar juntos. Entretanto, os Xutos & Pontapés fazem uma música sobre a porcaria da sociedade. Sim, esta que está cá, hoje, e já cá estava há dez, vinte anos. É a opinião deles (e eles insistem nisso). Mas os bitaiteiros garantem que não. Os Xutos - fiquem a saber, ó Xutos - estão é a falar, e só, de quem foi eleito em 2005... Perigoso, não sei, mas que o mundo está parvo, está.
Ferreira Fernandes (publicado no DN em 2009-04-21)
Três livros franceses, por especialistas (um académico, um banqueiro e um alto funcionário na Córsega): sobre a Academia Francesa, traficâncias nos bancos e a máfia corsa - e todos os autores são anónimos. Eis uma tendência muito na moda, e não só em França. É como se um qualquer equilibrador universal, ao dar-se conta como é tão mais fácil hoje as pessoas terem a palavra (Internet, talk-shows e, nos estádios, cartazes "Mãe, estou aqui"), compensasse essa verborreia com um pouco de mistério. Por exemplo, aquele magistrado que fornece vídeos às mijinhas permanece na sombra. E, à custa dessa timidez, lá aparecem muitos bitaiteiros assanhados. O anonimato e o bitaitar gostam de pedalar juntos. Entretanto, os Xutos & Pontapés fazem uma música sobre a porcaria da sociedade. Sim, esta que está cá, hoje, e já cá estava há dez, vinte anos. É a opinião deles (e eles insistem nisso). Mas os bitaiteiros garantem que não. Os Xutos - fiquem a saber, ó Xutos - estão é a falar, e só, de quem foi eleito em 2005... Perigoso, não sei, mas que o mundo está parvo, está.
Ferreira Fernandes (publicado no DN em 2009-04-21)
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